24 Do ponto de vista do pensamento 昀椀losó- A dimensão presentista da aprendiza- 昀椀co, a epistemologia da prática corresponde gem 昀氀exível ao pragmatismo, que, ao reconhecer que o conhecimento está vinculado a necessidades A negação da praxis enquanto possibili- práticas, infere que o verdadeiro se reduz ao dade de transformação anula os projetos, útil. Como a昀椀rma Moraes, o processo cogni- as possibilidades, e a historicidade: o que tivo plasma-se no interior de limites que se vale é o presente. A experiência histórica é de昀椀nem pela e昀椀cácia, pela manipulação do substituída pela experiência do momento; as tópico e do imediato. O conhecimento limita- organizações históricas e suas experiências se à prática imediata e reduz-se à experiên- acumuladas são substituídas pelo ativismo, cia sensível, aos limites do empírico enquan- onde a sensação do ineditismo nas ações vo- to 昀椀m em si mesmo, e não enquanto ponto luntaristas torna-se a referência maior das es- de partida e ponto de chegada da produção colhas das posturas e das posições políticas. do conhecimento na perspectiva da transfor- (Debord, 2013) mação. (MORAES, 2003) A História é compreendida como uma for- ma especí昀椀ca de discurso, a forma narrativa, que, segundo um roteiro previamente de昀椀ni- do, atribui um efeito de verdade aos fatos e dados históricos, revestindo-os de uma racio- nalidade que não existe na realidade; portan- to, a História não existe. Em consequência, também não existe o universalismo e nem o coletivo, pois os fenômenos sociais não po- dem ser explicados por referências externas a eles, uma vez que essas referências são atra- vessadas por leituras particularistas, diversas culturalmente. Se não há história, não há valores, nem princípios ou fundamentos e não há futuro; só o presente, que deve ser vivido em sua completude. Reforça-se o individualismo, re- duzindo-se a sociedade à interação entre in- divíduos e as relações sociais são reduzidas ao plano individual (escolhas pessoais). Consequentemente, não há teorias sociais, pois estas são ilusões que disfarçam interes- ses particulares; a totalidade passa a ser um recurso metodológico impossível, pois não há como estabelecer relações causais entre Rev. do Trib. Reg. Trab. 10ª Região, Brasília, v. 20, n. 2, 2016
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