20 talidade, as 昀椀nalidades, que não se deixam lam através do movi- conhecer no primeiro momento. mento do pensamento que se debruça sobre o Ou seja, o ato de conhecer necessita do mundo das ações e das trabalho intelectual, teórico, que se dá no relações que elas ge- pensamento que se debruça sobre a reali- ram. dade a ser conhecida; é neste movimento do pensamento que parte das primeiras Já a atividade pode e imprecisas percepções para relacionar- se constituir em ações se com a dimensão empírica da realidade repetitivas, as vezes au- que são construídos os significados. Quan- tomatizadas, resultan- do resulta da ação humana desencadea- tes da memorização, as da pela vontade de atingir uma finalida- quais nem sempre são de, o trabalho intelectual também é uma compreendidas; nestes das formas de prática, desde que referido casos, onde pouco inter- à realidade, para compreendê-la e trans- vém a re昀氀exão, a ativida- formá-la; como mero exercício do pensa- de humana não se cons- mento, é apenas reflexão. Assim, quando titui em prática. o docente planeja uma atividade para que No entanto, por se os alunos, a partir da apropriação da teo- con昀椀gurar como um mo- ria, enquanto conhecimento já produzido, vimento no pensamento, desenvolvam uma ação intelectual para por mais que a ativida- refletir sobre uma prática social ou de tra- de teórica se aproxime balho, com a finalidade de apreendê-la, da prática, com ela não compreendê-la e reconstruí-la, e desta se confunde, guardando forma, mudar a realidade, integrando o especi昀椀cidades que se conhecimento novo a suas experiências e resumem na produção conhecimentos anteriores, temos uma prá- de ideias, representa- tica. (Vázquez, 1968). ções e conceitos. E, em decorrência de ser um A partir desta concepção, definem-se processo de apropriação as dimensões constituintes do processo de da realidade pelo pensa- produção do conhecimento em suas rela- mento, não transforma, ções: a teórica, que se mantém no plano por si, a realidade. Ainda que a atividade teó- da reflexão, e a prática, que se mantém no rica mude concepções, transforme represen- plano dos fazeres. Não há prática que não tações, produza teorias, em nenhum destes esteja respaldada por algum tipo de ativi- casos transforma, sozinha, a realidade. É pre- dade cognitiva, e portanto, por alguma ati- ciso que as ideias se transformem em ações. vidade teórica. A atividade teórica só exis- te a partir e em relação com a prática; não A concepção de aprendizagem 昀氀exível, há pensamento fora da ação humana, pois ao apresentar a produção de conhecimentos a consciência e as concepções se formu- como resultante da interlocução dos alunos Rev. do Trib. Reg. Trab. 10ª Região, Brasília, v. 20, n. 2, 2016
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