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Revista insubmissa VOL. 1 | MARÇO, 2021 MULHERES PIONEIRAS através de uma arbitragem exclusivamente feminina. À data da Revolução de 5 de Outubro, Carolina Beatriz Ângelo – já viúva -, era dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e quando aconteceram as primeiras eleições encontrou forma de utilizar a lei para votar. O código eleitoral atribuía o direito de voto a “todos os portugueses maiores de vinte e um anos, à data de 1 de maio” de 1911, “residentes em território nacional”, que soubessem “ler e escrever” e fossem “chefes de família.” Apesar de estar subentendido que apenas aos homens seria autorizado o voto, a letra da lei não era clara neste aspeto. Como tinha formação superior e era chefe de Carolina Beatriz Ângelo família – fruto da viuvez –, Beatriz Ângelo entendeu que reunia as condições para Nascida na Guarda a 6 de Abril de 1879. votar, tendo pedido para ser incluída nos Licenciou-se em medicina em 1902 e, no cadernos eleitorais. Tanto a Comissão de mesmo ano, casou com o primo, Januário Recenseamento como o Ministério do Barreto, também médico e republicano. Interior rejeitaram o seu requerimento, Em consonância com os ideais feministas e mas uma decisão judicial deu-lhe razão. republicanos, aderiu, em 1906, ao Comité Essa decisão judicial foi tomada pelo juiz Português da Associação Feminina João Baptista de Castro, pai de Ana Castro Francesa La Paix et le Désarmement par Osório, amiga de Beatriz e, igualmente, les Femmes, agremiação que pretendia a feminista e activista. resolução dos conflitos internacionais 57

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