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Iniciado em 2017, o Festival da Saúde Mental, “Mental”, mantém a sua singularidade na abordagem da promoção da saúde mental, no combate ao estigma e à iliteracia em Saúde Mental. Esta singularidade não se prende apenas com a realização de um conjunto de debates intitulado “M-Talks”, sobre temas pré-selecionados entre os profissionais da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental (ex-Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde) e a Safe-Space (entidade promotora do festival) nas pessoas dos seus curadores – Ana Pinto Coelho e João Gata. Esses M-Talks são ações de sensibilização e informação sobre as mais diversas temáticas de saúde mental. Também não reside somente na disseminação de informação técnica atualizada, fundamentada na ciência e não em impressões, perceções dos profissionais e/ou dos cidadãos relativas à diversidade dos temas de saúde mental abordados nos filmes, nas séries e nos documentários propostos pelo Festival ao longo de seis anos consecutivos. E muito menos se circunscreve à promoção e divulgação das artes performativas, em particular, produzidas pelas pessoas com experiência em doença mental e ao seu acesso a espaços culturais. Todos os fatores acima referidos fazem parte, hoje em dia, da caracterização dos projetos promocionais de saúde mental, em geral. A singularidade do projeto Mental prende-se com a sua estrutura e modo de funcionamento. A estrutura comportou e comporta, por um lado, a integração do modelo institucional previamente existente no Ministério da Saúde no que toca à interligação da Saúde Mental com as Artes. Este modelo preconiza a participação: a) das pessoas com problemas de saúde mental nos eventos de saúde mental, b) dos Serviços Locais de Saúde Mental nos eventos como agentes de promoção; c) da Cultura como área de excelência para a difusão de informação credível sobre as mais diversas temáticas de saúde mental, d) das instituições públicas, sociais e privadas no desenvolvimento das ações de sensibilização e informação. Por outro lado, implicou e implica mudança no formato das conversas e/ou diálogos sobre as temáticas de saúde mental em debate no festival (as referidas “M-Talks”). Estas passaram a obedecer a uma sequência de apresentação própria, ou seja, em primeiro lugar envolveu visionamento prévio do filme por parte dos peritos, de seguida a sua discussão pública moderada por jornalistas e por último o visionamento do filme por parte do público em geral. Este formato permite orientar o olhar do público para as questões nucleares da saúde mental e aprofundar o seu conhecimento sobre as mesmas. Também compreendeu o envolvimento dos Media como agentes promotores de literacia básica em saúde mental para a população em geral, contribuindo assim, para derrubar mitos e estereótipos ainda ligados à saúde e doença mental. Não se limitou o recurso Media à promoção da programação do evento. No âmbito do funcionamento, a particularidade do Mental comporta os seguintes requisitos: • Envolvimento de público em cinco grupos distintos e em simultâneo: a) o cidadão em geral, b) o cidadão com problemas de saúde mental, c) o profissional de diferentes áreas do conhecimento das ciências sociais e humanas, d) o profissional das ciências da saúde, e) o profissional da área da comunicação; • Consolidação de parcerias com diversas instituições públicas, privadas e sociais, nomeadamente com as autarquias (câmaras municipais e juntas de freguesia), as Instituições Particulares de Solidariedade Social/Organizações Não Governamental, entre outros; • Incorporação de parte do trabalho desenvolvido pelas diversas instituições prestadoras de cuidados de saúde mental públicas, privadas e sociais no âmbito da Reabilitação Psicossocial; • Integração do Festival na rota dos eventos festivos de relevo nacional. • Apresentação de resultados sobre a recetividade e o impacto deste evento junto da população em geral e dos Media. Com o propósito de maximizar o acesso à informação, consciencialização e capacitação do público em geral sobre a saúde mental, o “Mental” mantem a sua pertinência no quadro da Saúde Mental enquanto projeto de dimensão nacional. 06 Paula Domingos Assistente Social / Assessora da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

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