— Não, eu cuido, eu cuido… eu sou o padrinho deles. Eu vou voltar para lá hoje à noite. Eu só… posso vê-los? — Eu não tenho certeza se é possível. Vou descobrir. O policial voltou para a recepção enquanto eu permanecia sem me mover. Não era real. Não poderia ser. Eu não acreditei. Não pude acreditar. — Wes! — Nash entrou alguns segundos depois, e no instante em que me viu, seu passo vacilou. — Wes? — Eles partiram, Riles. — Eu não conseguia nem olhar para ele. — Jesus, não. — Ele parou a uns trinta centímetros de distância de mim. — Tem certeza? — Eu, uh, sim, acho que sim. — Olhei para cima, quando o policial se aproximou de mim. — Você gostaria de ver seus amigos? A enfermeira Jan disse que podemos deixar você entrar bem rápido. — Eu… — Minha voz falhou. Eu nunca tinha visto um cadáver. Não de perto, e definitivamente não um que fosse o meu melhor amigo. — Depois que eles os levarem para o necrotério, você não poderá ir até lá — ele disse gentilmente. — Sim. Eu sei. Meus pés pareciam enormes blocos de concreto enquanto eu seguia a enfermeira por um corredor indefinido. Passamos por todos os quartos regula- res e chegamos a um isolado nos fundos. A enfermeira abriu a porta, e eu me preparei antes de entrar. — Não. — Minha respiração escapou apressada, e eu caí contra a parede. — Puta merda, não. — Fechei os olhos com força e lutei contra a umidade acumulada, mas não adiantou. Ben e Lauren se foram. Ben. Meu melhor amigo. Meu irmão. Nosso capitão. O yin do meu yang por quinze anos. — NÃO!!! — a palavra saiu do meu peito com um rugido gutural, e eu me agachei porque não tinha mais forças para ficar de pé. Eu abaixei a cabeça, uma dor diferente de tudo que eu já senti parecia me rasgar no meio. Isso não poderia ser real. Não poderia estar acontecendo. Mas estava. Ben e Lauren se foram, e eu não tinha uma porra de ideia de como iria superar isso. MUDANÇA DE PLANOS 17

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