Intrigando-nos com uma trama obscura, plena de volte-faces, O Jogo do Veneno, de Ricardo Belo de Morais, é um texto dramático que mergulha nas profundezas sombrias dos segredos familiares. Escrita com perícia, a obra transporta-nos para um universo onde as aparências enganosas escondem uma teia complexa de relações e emoções. Revelações surpreendentes e con昀氀itos intensos desa昀椀am o leitor e o espectador a re昀氀etir, nesta obra, sobre temas como traição, violência, lealdade e redenção. Com personagens complexas e diálogos cortantes, O Jogo do Veneno , compromete-se a oferecer-nos uma experiência teatral emocionante e inolvidável. Adérito Lopes Actor, Doutorado em Comunicação, Cultura e Artes (especialidade em Teatro) pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve Quase todos os casais trazem cargueiros encalhados no peito, pequenas mentiras, traições de sobrevivência, silêncios, zonas proibidas, uma parafernália de dúvidas e “dores fechadas em caixinhas”, como diz a canção. Alguns perpetuam laços por dívidas, conluios e outros esquemas que nada devem ao amor. “Querido, de modo nenhum: não são susceptibilidades… são anos e anos a aturar o mesmo, as repetições, a falta de espinha dorsal, a falta de presença, a incompetência, a dormência… e até a falta de horas de ponta, não sei se me faço entender…” São existências vulcânicas, ora em actividade, ora adormecidas. Este jogo venenoso do Ricardo Belo de Morais sufoca e incomoda, mas com um toque de mistério, quase um Cluedo perverso: vamos vendo as personagens a desenrolarem novelos, enleadas umas nas outras e nos segredos que acabam por as precipitar num abismo em espiral, sempre temperado por uma 昀椀na e fria ironia. Rita Tormenta Autora e Agitadora Cultural, escritora da edição 2023 do Festival Mental “Uma família (só) aparentemente exemplar convida-nos para assistir, em palco, ao seu violento processo de implosão. Numa história de comédia policial, descobrimos como a mentira pode ser a pior das doenças. Quem entra no jogo?” 19