— Significa sortudo. Você é? — Ela se vira para me encarar. O tom de sua voz e a maneira como está me prendendo com os olhos me enerva um pouco. Eu balanço a cabeça e exalo fumaça pela janela. — Na verdade, não. Meu sobrenome é Lucketti. Foi daí que veio. — Me chamo Skylar. — Prazer em conhecê-la. — Eu deixo meu cigarro em uma garrafa de água quase vazia no meu console. — Você curte os anos setenta? O carro, Meatloaf, a jaqueta de camurça de franja e mocassins. É tudo legal, só estou curioso. — Eu não sei — ela diz suavemente, girando um anel de prata em torno do polegar. — Acho que sempre me atraí por coisas mais velhas. Elas me dão uma espécie de conforto. Elas foram esquecidas e jogadas de lado. — Ela respira melancolicamente. — Acho que quero amá-las. Lembrá-las de que ainda são importantes. Isso faz sentido? Ou parece estúpido? Seus olhos encontram os meus, esperando, torcendo para que eu não ria dela. Ela quer que eu entenda. E eu entendo. Suas palavras acabaram de entrar na minha alma. — Não é estúpido, de jeito nenhum — digo enquanto o caminhão de reboque se aproxima de nós. — E faz muito sentido. Mais do que você imagina. Muito mais do que ela imagina. Eu sou uma dessas coisas esquecidas e jogadas de lado. NÃO BEIJE A NOIVA 11 [miolo] Não beije a noiva.indd 11[miolo] Não beije a noiva.indd 11 18/06/2024 12:08:0318/06/2024 12:08:03

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